PRAZER E ALMA SE ABRAÇAM
Nas entrelinhas de um verso, em ardente tinta escrita, Desabrocha o proibido, a paixão que nos agita. Eloquente que transcende, do papel à pele que treme, Nas palavras inscritas, o desejo que nos freme.
O poeta despe as rimas, revelando segredos profanos, Na trama de metáforas, corpos se movem, insanos. Cada estrofe é um toque, um sussurro no ouvido, Na cadência das sílabas, o amor é redefinido.
Vogais se entrecruzam, formando promessas sedutoras, Consoantes entrelaçadas, delineiam curvas tentadoras. Versos que incendeiam, como beijos na pele nua, No poema a meta, é o prazer se perpetua.
E a mente do leitor, como cúmplice enlaçada, Na dança das palavras, a imaginação desenfreada. Uma ode erótica, onde o amor é a tinta e a folha, Escrevendo contos ardentes, onde a fantasia trolha.
Desvela-se o desejo, transcende-se o tabu, No encontro das peles, o corpo se desnuz. Desejos de luxúria, onde a mente se despe, No jogo das palavras, o amor se faz prece.
Assim, entre versos e corpos que se entrelaçam, O instante despojado, prazer e alma abraçam. No limiar da poesia, somos uno, somos arte, Nesse poema dentro do poema, o amor é parte.
(ABRIL/2013)
Cleia Fialho
Enviado por Cleia Fialho em 23/08/2023
Alterado em 12/12/2023 |