A GURIA QUE FUI
Entre as lembranças que me aquecem o peito, Ainda sinto o perfume das manhãs de orvalho, Quando a juventude, em sorriso perfeito, Explorava a vida, sem pagar nenhum atalho.
Ah, meu tempo de guria, ingenuidade encantada, Despertar dos sentidos em primavera florida, Era um mundo de cores, paixão desenfreada, Onde a sensualidade pulsava escondida.
Na inocência dos dias, um riso brincalhão, Sentia o vento a acariciar os cabelos soltos, E ao sabor da liberdade, bailava no clarão, Embalada pelas asas de sonhos revoltos.
As tardes eram mágicas, doces e atraentes, A descoberta do amor, um doce proibido, E nas entrelinhas de momentos envolventes, Sentia a sensação de um mundo compartilhado.
As curvas do tempo desenharam meu ser, A menina de outrora, em mulher se tornou, E nas memórias sensuais, aprendi a viver, No compasso da vida, meu destino traçou.
Os lábios que antes provavam doces delícias, Agora buscam sabores em outros matizes, Mas a essência da guria, em eternas cobiças, Permanece viva, nas lembranças felizes.
Ah, meu tempo de guria, tesouro do passado, Ainda ecoa em mim a dança da juventude, E nas recordações sensuais, sinto o legado, De uma alma que viveu, em doce plenitude.
Que perdure em meu ser, a guria que fui, A sensualidade inocente, jamais perdida, E assim, em cada verso, a saudade aflui, Do tempo que marcou minha vida colorida.
OBRIGADO POR UMA NOITE INESQUECÍVEL
Cleia Fialho
Enviado por Cleia Fialho em 11/08/2023
Alterado em 11/08/2023 |